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Crianças resilientes e sensatas

Crianças resilientes e sensatas

05th December 2024

A forma como motivamos as nossas crianças é determinante para o seu futuro.

Todos os adultos envolvidos no processo educativo enquanto pais, família, professores, educadores, voluntários ou outros adultos significativos temos por objetivo apoiar a criança a ultrapassar os obstáculos, gerir as frustrações e as emoções num trabalho continuo de acompanhamento e motivação que desejamos que traga os seus frutos: crianças honestas, sensatas, resilientes, amorosas e motivadas.

Desejamos ser uma boa influência para que as nossas crianças para que não se tornem adultos um pouco arrogantes, egoístas ou até cruéis. Sugiro que possamos refletir juntos em algumas estratégias de motivação, na relação com as nossas crianças.

Uma excelente estratégia é elogiarmos o esforço que a criança desencadeia em vez de nos centrarmos nas competências que tem ou que ainda não adquiriu ou nas capacidades cognitivas que exibe. A criança que é elogiada por trabalhar de uma forma determinada e motivada, tem maior probabilidade de conseguir abraçar novos desafios e de permanecer motivada ao longo de todo o processo. É importante que o elogio que se dá à criança seja motivador para uma constante aprendizagem e suplementação de desafios.

Elogiarmos as nossas crianças pelo seu esforço utilizando frases como por exemplo: “Trabalhaste com afinco neste desenho, gosto bastante do resultado final.” Ou “Ainda estás a aprender, por isso é que ainda não dominas todas as coisas difíceis.” É fundamental. É muito importante que relacionemos o esforço com o resultado final. Por exemplo, quando a criança consegue realizar algo novo, especificar que provavelmente se deve à continuidade do treino, à prática repetida, ou seja, ao trabalho dedicado e à perseverança.

Outra estratégia é o encorajamento para que a criança possa experimentar coisas novas, mesmo que pareçam difíceis. A perseverança é composta por interesse, prática, propósito e Esperança. Na Associação Crescer com Amigos, promovemos o desenvolvimento e, acreditamos que é no trabalho individual do voluntário com a criança que existirão possibilidades de crescer para um futuro com mais Esperança.

Por exemplo, podemos desafiar a criança a realizar algo divertido, mas que também exija uma prática deliberada, sem desistir a meio do projeto. Ou por exemplo, escolher uma determinada atividade sem que seja imposta pelo adulto, facilitando que aprenda a lidar e a suplementar os novos desafios.

Neste trabalho de proximidade é importantíssimo que o coach ao trabalhar com a criança seja caloroso e compreensivo, e torne todo o processo de aprendizagem de novas estratégias emocionais e comportamentais, bastante divertido. Quando a criança tem oportunidade de alcançar algo que faz com que se sinta bem, este sucesso trará mais confiança e será motivador para outros sucessos.

Por outro lado, as estratégias que vamos ensinar as nossas crianças deverão procurar minimizar a procrastinação.

Muitas vezes as crianças adiam porque se sentem aborrecidas, porque tem medo de falhar ou porque se sentem frustradas perante algo que lhes parece demasiado difícil ou inatingível. Por isso optemos por virar a sua atenção para outras coisas que vão garantir algum consolo, alegria ou pelo menos algum alívio. Por outras palavras, cada um de nós sempre que se sente mais “em baixo” dá prioridade a coisas que nos façam sentir melhor. Então uma sugestão poderá ser transformar uma tarefa verdadeiramente “assustadora” ou aborrecida em algo divertido e até competitivo.

Imaginemos que temos uma determinada tarefa, mas que é sentida como terrivelmente aborrecida para a criança. Podemos transformar esta tarefa numa espécie de jogo ou de competição.

Se a tarefa estiver a ser adiada por ser assustadora, uma boa estratégia é também torná-la menos aterrorizante. Podemos sentar-nos com a criança, ajudá-la a subdividir em tarefas mais pequenas e mais fáceis de terminar, que possam ser concluídas em momentos diferentes. Em vez de um objetivo grandioso e assustador, dividir em pequenos objetivos alcançáveis e realistas, para que não se tornem avassaladores. Cada vez que uma pequena parte estiver terminada, a criança poderá sentir que conseguiu realizar algo, o que vai alimentar o seu sentimento de confiança e crescente motivação. Para que uma determinada tarefa tenha um significado e uma maior relevância, poderá ser muito útil ajudar a criança a ligar-se a essa mesma tarefa e a um objetivo alcançável específico.

É também fundamental que ajudemos as nossas crianças a reconhecer e a eliminar as fontes de distrações, sentarmo-nos com a criança e analisarmos o ambiente que a rodeia para que não seja constantemente “bombardeadas” com outros estímulos, que a afastem da tarefa que está a procurar realizar.

Por último é importante que exista uma recompensa, uma celebração após cada tarefa alcançada, no entanto, é nossa função não permitir que a criança dependa demasiado destas recompensas. Embora o sistema de recompensas pode ser profundamente útil em momentos específicos, usado incorretamente, pode minar por completo o interesse nas atividades que poderiam vir a ser gratificantes. Na verdade, cada um de nós sente-se mais satisfeito se fizer as coisas que escolhemos fazer, quando comparado com o fazer as coisas que nos sentimos manipulados ou forçados a fazer.

Em vez de exercermos pressão nas nossas crianças ou de oferecermos determinadas recompensas, enquanto pais, professores, educadores ou coaches devemos optar por encorajar as crianças a fazer aquilo que tem de ser feito, reconhecendo os seus sentimentos e oferecendo explicações alternativas ou escolhas. Por exemplo. “Eu sei que não queres fazer isto, mas preciso mesmo da tua ajuda, da tua colaboração.”

Que cada um de nós possa contribuir para um processo educativo que promova o crescimento de “boas pessoas”, crianças felizes equilibradas, motivadas e determinadas capazes de olhar um futuro cheio de Esperança!

Equipa Executiva CCA

Equipa Executiva CCA

Dina Santana, Marisa Bossa, Sarah Moura

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